Antero de Quental, nascido a 18 de Abril de 1842 na cidade de Ponta Delgada (S. Miguel, Açores), é, ainda hoje, um símbolo da Geração de 70 e um marco na poesia, no ensaio filosófico e literário, no jornalismo e nas lutas pela liberdade de pensamento e pela justiça social. Proveio de uma das mais antigas famílias micaelenses associadas aos sectores liberais da sociedade, o que fez com que seguisse as passadas de seu avô, André da Ponte de Quental, e de seu pai, Fernando de Quental
Aos 10 anos de idade foi para Lisboa para estudar no colégio de António Feliciano de Castilho e em 1859 entrou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Durante os seus tempos de estudante universitário, Antero de Quental tornou-se o líder e o porta-voz dos estudantes, escrevendo manifestos que se opunham à conservação de ideias “desactualizadas”, quer a nível intelectual, académico, social e mesmo político. Algumas das principais formas de apresentar as suas críticas à sociedade eram sob a forma de poemas e artigos que publicava nos jornais de Coimbra.
Títulos como: "A influência da Mulher na civilização", "A ilustração e o operário", "A indiferença em política" e "O sentimento da imortalidade" foram umas das principais criticas escritas.
Em 1860 publicou o seu primeiro livro de poesia (Sonetos de Antero) e em
Quando terminou a licenciatura e aliciado pelas ideias socialistas, pensou alistar-se nos exércitos de Garibaldi, desejo que não foi realizado, visto que acabou por se tornar tipógrafo na Imprensa Nacional Esta profissão acabou por levá-lo a Paris em 1867 onde investigou os problemas do proletariado. Aquando da volta a Portugal é convidado por um partido espanhol para colaborar num jornal democrático e iberista.
Em 1868 viajou para a América do Norte, mas o retorno a Portugal não se deu muito depois. Dois anos depois Antero de Quental iniciou uma vasta actividade política e social, colaborando na formação de associações operárias e na introdução, em Portugal, de uma secção da Associação dos Trabalhadores.
O jornalismo seduzia Antero de Quental de uma forma bastante intensa, daí que aceitou o cargo de um dos directores do República – Jornal da Democracia Portuguesa.
A paixão pelo jornalismo também o levou à publicação anónima de um panfleto com vista a angariar fundos para a formação de um novo jornal (O Pensamento Social), o qual mais tarde dirigiu em parceria com Oliveira Martins.
Em 1871 inaugurou, juntamente com Batalha Reis as Conferências do Casino, que tinham como objectivo a reflexão sobre as condições políticas, religiosas e económicas da sociedade portuguesa, face à Europa. A mais conhecida das conferências é a sua “Causas da decadência dos povos peninsulares”, Antero defendia que esta decadência tinha três causas de natureza diversa, sendo estas: moral, política e económica.
Apesar de uma energética actividade política Antero continuou com a sua vida literária publicando em 1872 Primaveras Românticas – Versos dos 20 anos e Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa. Dois anos depois manifesta-se a primeira crise de uma doença que nunca foi completamente diagnosticada e que o impediu de se dedicar de forma continuada a qualquer actividade, no entanto esta crise não o impediu de, em 1875, ter criado a Revista Ocidental em parceria com Batalha Reis, esta só veio a durar 6 meses. Após ter consultado especialistas em Portugal e não obtendo resultados positivos, Antero de Quental decide procurar ajuda em Paris onde encontra apoio num estabelecimento termal. Ficou em França desde 1878 até 1879.
Quando voltou a Lisboa e já sentido algumas melhoras, Antero retomou a actividade política e candidatou-se como deputado pelo Partido Socialista nas eleições de 1879 e 1880. No ano seguinte, após adoptar as filhas de Geremano Meireles, um falecido amigo, Antero de Quental mudou-se para Vila do Conde onde permaneceu 10 anos, sendo estes os mais calmos e produtivos a nível literário que alguma vez já tinha tido. Foi durante esse tempo que escreveu obras como: “Voz interior", "Solemnia Verba", "Na Mão de Deus", entre outros, do último ciclo dos Sonetos Completos, editados em 1886. Antero classificou-os como “ a verdadeira poesia do futuro, fora das tendências da literatura sua contemporânea”.
Em 1891 Antero de Quental e as suas duas filhas embarcaram de volta a S. Miguel, onde Antero pensava fixar-se definitivamente.
Apesar de passar grande parte da sua vida fora da sua terra natal, foi Ponta Delgada que viu nascer uma das mais ilustres pessoas portuguesas e foi, no dia 11 de Setembro de 1891, no Largo de São Francisco, perto do Convento da Esperanças que o viu, cansado e atormentado pela doença mental que o perseguia, tirar a sua vida e caminhar em direcção ao descanso…
Referências Bibliográficas:
Sites:
http://www.instituto-camoes.pt
http://www.citi.pt
http://alfarrabio.di.uminho.pt
Outros recursos:
Diciopédia 2003, Porto Editora
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